Jornalismo
Público lota sessão de reabertura do Cinema São Luiz
XV Janela Internacional de Cinema do Recife marca volta do "templo" do cinema pernambucano
Por Redação02 NOV - 08H44
Foi num tom de "matar a saudade", que o público lotou o Cinema São Luiz, no Centro do Recife, para a sessão de reabertura, depois de dois anos de portas fechadas. Considerado o templo do cinema pernambucano, as obras ainda não foram 100% concluídas, mas, o que o público teve acesso ao entrar na sala de exibição, foi de deixar os olhos brilhando. Diferente do que se viu, antes de fechar as portas, com teto de gesso caindo e infiltrações, a sala estava restaurada, com a pintura nova. A beleza do lugar impressionou a arquiteta Sarah Dias, que apesar de recifense, nunca tinha entrado no São Luiz: "quando meus amigos falavam em vir aqui, eu nunca me interessava, mas, hoje, sinto que perdi muito tempo sem vir aqui. Esse lugar é lindo."
A cerimônia de reabertura do cinema contou com as presenças da secretária de Cultura de Pernambuco, Cacau de Paula, a presidente da Fundarpe, Renata Borba, além da vice-governadora Priscila Krause, que fez questão de destacar o interesse do estado na requalificação do Centro do Recife: "a reabertura do Cinema São Luiz é o símbolo inaugural, do que o nosso governo planeja e já realiza para o centro do Recife". O serviço custou R$ 1,3 milhão, com recursos da Lei Paulo Gustavo, criada com foco em ajudar na manutenção e incentivo do audiovisual brasileiro.
O São Luiz abriu as portas numa noite muito especial. A primeira noite do XV Janela Internacional de Cinema do Recife, que, após todos esses anos, se consolidou como um dos maiores festivais de cinema do Brasil. O diretor artístico é o cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho, diretor de filmes consagrados, como "Aquarius" (2016) e "Bacurau" (2019). Atualmente, Kleber finaliza a montagem de seu próximo filme, "O Agente Secreto", que tem como protagonista o ator Wagner Moura, com cenas gravadas dentro do cinema São Luiz. Na abertura do Janela, Kleber destacou a importância do São Luiz como resistência em cinema de rua e prestou uma homenagem ao cineasta e ex-programador do São Luiz, Geraldo Pinho, que morreu aos 70 anos, em 2021.
Às 21h18, as luzes foram se apagando aos poucos, para a chegada da hora mais esperada. Depois de dois anos, os famosos vitrais de flores do cinema São Luiz acenderam, anunciando que o filme está chegando. Foi um momento nostálgico, que levou o público a aplaudir e gritar de alegria. Em seguida, os vitrais se apagaram e deu início ao longa-metragem "Manas", da diretora Marianna Brennand Fortes, premiado no Festival de Veneza.
Quem perdeu a noite de abertura do XV Janela Internacional de Cinema do Recife, pode conferir o festival até o dia 8 de novembro, que vai contar com a exibição de mais de 100 filmes, entre longas e curtas-metragens. Entre eles, o tão esperado filme "Ainda Estou Aqui", de Walter Salles, com Fernanda Torres e Fernanda Montenegro. Além do Cinema São Luiz, os filmes do festival também vão passar nos cinemas da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) do Derby, do Bairro do Recife, e de Casa Forte, na Zona Norte do Recife. Os ingressos custam R$ 5 e estão disponíveis na internet.