Fotos: Sandy James 

 

O maracatu é uma expressão genuinamente pernambucana muito presente nas cidades de Nazaré da Mata, Olinda e Recife. A celebração popular africana que surgiu no século 17 se tornou Patrimônio Imaterial do Brasil desde 2014, sendo celebrado anualmente no dia primeiro de agosto.

 

Caracterizado pelo tambor alfaia, o maracatu mistura dança, instrumentos e  vestimentas que remetem à cultura africana, indígena e portuguesa, a celebração é dividida em dois tipos, sendo eles, o Maracatu Nação e o Maracatu Rural. Com a sua expressão considerada a mais antiga, o Maracatu Nação é feito em cortejo, onde são conduzidas bonecas negras feitas de madeira e ricamente vestidas, as chamadas calungas. Os dançarinos representam personagens históricos e o rei e rainha são títulos conquistados de forma hereditária.

 

O Maracatu Rural ou Baque Solto, é típico de Nazaré da Mata, município localizado na Zona da Mata de Pernambuco. O personagem de destaque é o caboclo de lança, que se veste de forma bastante característica, com uma gola coberta de lantejoulas, um grande volume de fitas coloridas na cabeça e uma flor pendurada na boca. 

 

Atualmente existem grupos percussivos que trabalham com elementos da cultura do maracatu em quase todos os estados brasileiros e em diversos países. No Recife, a Nação Maracatu Porto Rico, desenvolve um projeto sociocultural que abraça crianças da comunidade do bode, no Pina. O Mestre Chacon Viana, representante do grupo, acredita que o maracatu pode mudar vidas. “Várias pessoas da comunidade do bode que hoje não estão na marginalidade e nas drogas tem o maracatu como um alicerce. Temos homens e mulheres que saíram da vida errada e hoje dão aulas e oficinas pelo Brasil e o mundo”’ comentou.