Jornalismo
Costureiras Autônomas: Renda e sustento do lar através da costura
Conheça a história de Ana e Elaine, moradoras da Zona Norte do Recife
Por Jackson Rafi13 NOV - 16H51
O Brasil possui a quinta maior indústria têxtil do mundo, e o setor da confecção é responsável por 16,7% dos empregos na área de transformação do país, sendo formada por cerca de 1,34 milhão de trabalhadores formais, dos quais mais de 60% são mulheres.
Mas este dado não abraça a realidade como um todo, o número de mulheres que trabalham com o reparo de roupas de forma autônoma faz parte das crescentes taxas de informalidade no Brasil, que ganharam ainda mais força durante a pandemia da COVID-19 e chegando a 45% no ano de 2022, segundo dados do PNAD, sistematizados no Estudo do Todos Podem Empreender.
A realidade vivida pelas costureiras de reparo de roupas, em sua maioria, são trabalhos pulverizados em suas casas, sendo, historicamente, um ofício importante para o sustento de suas famílias, sendo esta profissão, senão a principal a fonte de renda.
‘’Eu pago aluguel, mantenho as contas da minha casa em dias, ajudo minha família, tudo da costura’’, comentou Ana Cristina, que tem 50 anos mas trabalha no ofício da costura desde os 18 anos.
Moradora da Zona Norte do Recife, Ana fez um curso profissionalizante de secretariado, mas nunca exerceu a profissão, pois viu na costura sua vocação. Seu primeiro trabalho foi aos 18 anos como supervisora em uma empresa de confecções, onde passou cerca de sete anos. Após outras experiências, Ana decidiu trabalhar por conta própria.
‘’Minha primeira máquina foi meu pai que me deu. As outras, eu consegui através da costura, e to trabalhando até hoje, sozinha!’’, compartilhou Ana.
A paranaense Elaine Aparecida Lopes, tem a costura como renda desde que veio morar no Recife. ‘’Foi uma coisa de consequência. Aconteceu de eu ter uma máquina em casa, que veio comigo do paraná, e por estar em casa e não ter trabalho e ter criança, eu comecei a costurar’’, comentou Elaine.
Muitas destas costureiras trabalham em suas casas, onde a divulgação de seus no chamado “boca a boca”.
‘’Eu tento sempre honrar com os meus compromissos, o boca a boca é muito importante. Eu tento ser a mais correta possível com os meus clientes’’, comentou Ana.
Mulheres como Ana e Elaine exercem um papel importante na sociedade e na economia local, atendendo as necessidades individuais dos clientes e oferecendo seus serviços personalizados e sob medida.
Elas não apenas compartilharam ocupações de trabalho semelhantes, mas também apresentaram características comuns em suas histórias. Seus trabalhos vão muito além de simplesmente costurar peças de vestuário, é um testemunho da arte e da paixão que dedicaram a cada ponto, tecido e detalhe.
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