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Alceu Valença: Do Agreste pernambucano para 'Uma Geografia Visceral Nordestina'
Exposição em homenagem ao cantor abre as portas nesta quinta-feira (18) em Olinda
Por Taylinne Barret17 ABR - 21H40
Considerado um dos grandes nomes da música brasileira, o cantor e compositor pernambucano Alceu Valença é homenageado em exposição que reúne mais de 200 itens, entre eles: peças do acervo pessoal, obras de artes, fotografias e vídeos históricos. Intitulada ‘Uma Geografia Visceral Nordestina’, a mostra abre as portas nesta quinta-feira (18) e segue até o dia 18 de agosto na Casa Estação da Luz, em Olinda. Ingressos custam R$ 10 (meia) e R$ 20 (inteira).
A exposição apresenta a trajetória e obra do artista que fomenta a construção de um imaginário tradicional e contemporâneo do Nordeste, além de, celebrar os seus mais de cinquenta anos de carreira. Uma das obras que poderá ser apreciada pelo público é a réplica, em cerâmica, da casa da Fazenda Riachão, em São Bento do Una, no Agreste de Pernambuco, onde o cantor nasceu e teve seus primeiros contatos com a música e linguagens expressivas da cultura popular pernambucana.
“Mamãe dizia que eu nasci para alegrar a alma e o coração das pessoas e eu dizia para ela: ‘A minha missão é a autoestima do povo brasileiro’. Me emociono muito com a reprodução da casa da Fazenda Riachão e do Cine Rex, onde cantei pela primeira vez, ainda na infância, em São Bento do Una” comentou o homenageado.
Durante dois anos, a equipe de pesquisa estudou publicações sobre o cantor na imprensa brasileira e internacional desde a década de 1960. Outra fonte de pesquisa fundamental para a construção da mostra foi o livro “Pelas ruas que andei”, biografia de Alceu Valença lançada em 2023, que refaz a trajetória do músico por meio de entrevistas e materiais de arquivos. A pesquisa também encontrou pérolas como o bilhete de Jorge Amado em agradecimento ao artista por ter se inspirado na figura do escritor para compor "Chuvas de Caju”, do Álbum Estação da Luz.
“O título desta exposição traz a geografia, mas não como mero recurso retórico, para celebrar a obra do genial Alceu Valença e os seus mais cinquenta anos de carreira. A começar pelo Nordeste que é, antes de tudo, uma direção geográfica, mas aqui se insere como uma consciência íntima da sua produção artística”, adiantou Rafael Antonio Todeschini que, nos últimos dois anos, esteve à frente da equipe de pesquisa e assina a curadoria da mostra.
Ainda segundo o curador, a exposição reconhece um imaginário nordestino de paisagens, ritmos, expressões, lugares, frutas, bichos e muitos amores, trazendo em seus elementos uma estética viva e contemporânea. Além do acervo fotográfico pessoal do artista, a mostra apresenta fotografias de Cafi, Carlos Horcades, Léo Aversa, Mário Luiz Thompson, Tânia Quaresma e Toinho Melcop. Serão expostas também obras de Aline Feitosa, Bajado, Getulio Maurício, J. Borges, Marcos Cordeiro, Marisa Lacerda, Sérgio Lemos, Sérgio Ricardo, Véio e Wellington Virgolino. A coletânea de videoclipes trará diversas épocas da carreira do cantor, assim como participações emblemáticas nos canais de TV brasileira.